quarta-feira, abril 11, 2007

De volta aos posts sobre a aldeia mais bonita da Beira Interior outrora Beira Baixa

Lembrei me das conversas com o meu avô sobre a antiga situação sócio-económica da aldeia onde ele me disse que era uma povoação marcadamente agrária, tendo tido durante muitos anos como base de economia a agricultura, produção esta que assentou e continua assente nas pequenas unidades do tipo familiar, geralmente destinadas ao consumo próprio. Jás as culturas predominantes eram e são as de regadio, devido à abundância de água na região, destacando-se assim os cereais e outros produtos hortícolas como a batata e a couve portuguesa, complementados por vastosos pomares (macieiras, cerejeiras, vinha, olivais e soutos). Já na pecuária a criação predominante era e é a do gado bovino e caprino, esta era a que mais rendia, pois daqui provinham outros produtos como o queijo, a manteiga e o leite retirado do gado bovino leiteiro que tambem era considerado uma boa fonte de rendimento. Destes animais saboreavam também a sua boa carne, não desfazendo do borrego ou dos cabritos recheados ou à serrana (uma tradição gastronómica da região), embora os cabritos fossem utilizados mais para os bons queijos caseiros. Também a criação de suínos rendia e rende hoje em dia nas morcelas, chouriços caseiros, a farinheira e a alheira tão saborosas e os paios ou mouros. A matança do animal outrora era uma tarde de convivio entre compadres e amigos, na qual se bebia a bela da ginga e passava-se um bom serão, enquanto as mulheres tratavam dos enchidos com as tripas e o sangue do animal.

O meu avô conforme ia contando estas histórias lembrava-se que outrora eram terras de semeadura, de bons vinhos e de boa azeitona do qual advinha um bom azeite, daquele transparente e tão saboroso. Lembrei-me então de quando tinha os meus cinco anos e ia guardar as "cabras" com o meu avô para a serra e lembrei-me do que ele mais gostava era de se deitar debaixo das parreiras (vinhas) e saborear a merenda que a minha avó lhe fazia com tanto carinho e amor, basicamente era a broa de milho ou centeio juntamente com queijo de cabra ou com algum enchido, e que dividia comigo embora eu estivesse mais interessada em brincar com o nosso cão pastor que era o Bolinhas e estar na brincadeira.

Castelo Novo é uma aldeia com boa água que muito a caracteriza e que vou descrever assim - por aqui e em redor, e em todo o lado, ouve-se e sente-se a água, que brota de entre os verdes e os rochedos de granito.

1 comentário:

Susana Falhas disse...

Carina: É com muito prazer que visito o teu blog ! Quero dar-te os parabéns por dares a conhecer ao mundo Castelo Novo, que de facto é uma aldeia fantástica. Consigo ver nos teus post´s o carinho que sentes pela tua terra Natal. Gostava que desses continuidade ao blog, pois certamente terás muitas histórias curiosas sobre ela.
Vou colocar um link do teu blog no blog das aldeias.

Abraço, Susana