quinta-feira, julho 06, 2006

capela de sao braz

Ali senti, um ar fresco e saudável que invadiu os meus pulmões assim que sai do carro, fazendo com que eu me sentisse melhor e com a certeza de que não poderia existir nada melhor do que ali estar, num sítio tão calmo onde só se ouviam os sons dos animais que por ali se encontravam e o correr da água pela ribeira, isto sim para mim era poder descansar tranquila, com calma e sem o stress da cidade e aquela correria que já é tao normal no dia a dia de quem vive na Capital. Arrumei a minha bagagem em casa e fui jantar a um dos restaurantes típicos da aldeia, o Mira Serra, pedi um coelho à caçador e para beber um delicioso vinho da adega do Fundão, para sobremesa pedi um pudim e no fim para ficar ainda mais deliciada bebi um licor de morango à Castelo Novo.

Voltei para casa, pois precisava de descansar do dia longo que tinha tido.

Levantei-me cedo no dia a seguir, depois de um duche e de um pequeno-almoço farto e delicioso, preparei-me para rever a minha familia e os velhos conheçidos que por ali param pela povoação. Entrei no carro e pus-me a caminho da aldeia que fica a 3km da minha quinta, passei então pela Capela de São Braz, que fica junto ao Ramal, pouco mais ou menos a meio e do lado esquerdo de quem vai para o povo encontra-se este templo seiscentista, muito arruinado, que apresenta-nos a empena do lado nascente e o telhado completamente derrocados, a imagem do santo S.Braz foi retirada para a Matriz há uns quantos anos. Outrora existia aqui uma festividade em louvor do mártir, que se realizava no Domingo seguinte ao da comemoração da sua festa que era a 3 de fevereiro, seguida de uma procissão. Disse-me o meu avô que antigamente era festa rija. Das tradições de outrora restam as picas (massa de pão, untadas com azeite depois de cozidas), que outrora nao chegavam para tanta procura que existia. As picas eram benzidas no interior da Capela junto da imagem de São Braz, e que depois da missa eram postas à venda, outra tradição que o meu avô me contou era o de gentes do povo comerem à frente da Capela sobre os cabeços (rochas) que a envolvem. Esta capela foi construída no tempo dos Templários, por uma ordem de Gualdim Pais, e foi reconstruída em 1980 depois de ter-lhe caído o telhado. A devoção do povo de castelo Novo a este santo que é o patrono das doenças da garganta, é grande e por isso a festa continua a ser festa, a 5 ou 6 de fevereiro, todos os anos e as tradições mantém-se vivas.

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